sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

Belo Monte: faltam 5 dias!

Faço parte de um grupo de email da Avaaz! ("voz" e "canção" em diferentes línguas), uma rede de campanhas globais de 5,6 milhões de pessoas que se mobilizam online levando a voz da sociedade civil para a política global. Agem em todo tipo de causas urgentes, desde pobreza até conflitos no oriente médio, passando pelas mudanças climáticas.
Há um tempo atrás, recebi um email do grupo para assinar uma petição contra a construção da usina de Belo Monte, prevista para ser construída no rio Xingu, no Pará. A notícia era de que o ex-presidente do IBAMA, Abelardo Bayma, havia pedido demissão do cargo por discordar da emissão da licença definitiva para a implantação da Usina, pois esta ainda apresentava pendências ambientais. Com isso, após ter sido altamente pressionado pela Eletronorte (quem mais irá lucrar com esta contrução) para emitir a licença, pediu exoneração do cargo.
Me causou imenso espanto, pois a ex-candidata a presidência Marina Silva, que ocupava também o cargo de Ministra do Meio Ambiente, pediu demissão pelo mesmo motivo. Após isto, o governo apontou Américo Ribeiro Tunes como substituto na presidência do IBAMA, que logo assinou a licença para a construção.



A Usina de Belo Monte iria cavar um buraco maior que o Canal do Panamá no coração da Amazônia, alagando uma área imensa de floresta e expulsando milhares de indígenas da região, além de acabar com uma grande biodiversidade local.
O projeto da usina é praticamente um projeto de catástrofe ambiental, pois iria inundar pelo menos 400.000 hectares da floresta, impactar centenas de quilômetros do Rio Xingu e expulsar mais de 40.000 pessoas, incluindo as comunidades indígenas de várias etnias que dependem do Xingu para sua sobrevivência. O projeto de R$30 bilhões é tão economicamente arriscado que o governo precisou usar fundos de pensão e financiamento público para pagar a maior parte do investimento. Apesar de ser a terceira hidrelétrica do mundo, ela seria a menos produtiva, por causa de suas épocas de seca, gerando apenas 10% da sua capacidade no período de julho a outubro.

Os defensores da barragem justificam o projeto dizendo que ele irá suprir as demandas de energia do Brasil. Porém, uma fonte de energia muito maior, mais ecológica e barata está disponível: a eficiência energética. Um estudo do WWF demonstra que somente a eficiência poderia economizar o equivalente a 14 Belo Montes até 2020. Todos se beneficiariam de um planejamento genuinamente verde, ao invés de poucas empresas e empreiteiras. Porém, são as empreiteiras que contratam lobistas e tem força política – a não ser claro, que um número suficiente de nós da sociedade, nos dispormos a erguer nossas vozes e nos mobilizar.

A construção da mega usina hidrelétrica pode começar ainda em fevereiro, segundo a Avaaz!, o Ministro das Minas e Energia, Edson Lobão, diz que a próxima licença será aprovada em breve, portanto é importante que façamos barulho para que Dilma pare Belo Monte, grande desafio para o seu primeiro mês na presidência.

ASSINE: http://www.avaaz.org/po/pare_belo_monte/?vl


Vídeo sobre impacto de Belo Monte:
http://www.youtube.com/watch?v=4k0X1bHjf3E

Fontes:

Belo Monte derruba presidente do Ibama:
http://colunas.epoca.globo.com/politico/2011/01/12/belo-monte-derruba-presidente-do-ibama/

Belo Monte será hidrelétrica menos produtiva e mais cara, dizem técnicos:
http://g1.globo.com/economia-e-negocios/noticia/2010/04/belo-monte-sera-hidreletrica-menos-produtiva-e-mais-cara-dizem-tecnicos.html

Segurança energética, alternativas e visão do WWF-Brasil:
http://assets.wwfbr.panda.org/downloads/posicao_barragens_wwf_brasil.pdf

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